Intolerância Religiosa e a Caminhada “Deus é de Todos”
Hoje, 21 de janeiro, celebramos o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, uma data que carrega um peso simbólico e histórico na luta por respeito e liberdade de crença. É um momento de reflexão e união, especialmente em um país tão rico em diversidade cultural e espiritual como o Brasil.
No último domingo, 19 de janeiro, tivemos um exemplo poderoso dessa união com a 3ª Caminhada Religiosa "Deus é de Todos", promovida por Pai Alex Fiorino, do Terreiro Zé da Virada. O evento reuniu pessoas de diferentes religiões e crenças em um só propósito: celebrar a pluralidade religiosa e repudiar o preconceito que ainda persiste em nossa sociedade.
A caminhada aconteceu em um clima de celebração e resistência, com cânticos, danças e discursos que reforçaram a mensagem de que o Brasil, com toda a sua riqueza cultural, só será verdadeiramente justo quando a intolerância religiosa for combatida em todos os seus níveis. Mais do que uma marcha, foi um ato de fé e coragem, mostrando que a espiritualidade não deve ser um motivo de separação, mas uma ponte que une.
Por que essa data importa?
O 21 de janeiro foi escolhido em memória da Yalorixá Mãe Gilda de Ogum, líder religiosa do candomblé que faleceu em 2000, vítima de um infarto causado por ataques de intolerância e perseguição religiosa. Sua história é um alerta para todos nós: não podemos permitir que a ignorância e o ódio sejam mais fortes que o amor e o respeito.
O racismo religioso, que afeta especialmente as religiões de matriz africana como o Candomblé e a Umbanda, ainda é uma ferida aberta. Terreiros são invadidos, símbolos religiosos são profanados, e fiéis enfrentam violência física e verbal. Esses ataques não são apenas contra uma religião específica; são um atentado à liberdade e aos direitos humanos.
O papel da cultura afro-brasileira nessa luta
As religiões afro-brasileiras nos ensinam sobre a força do coletivo, a conexão com a natureza e a valorização dos ancestrais. São práticas espirituais que, apesar de séculos de opressão, resistem e florescem, mostrando que o amor e a fé são mais fortes do que qualquer preconceito. A caminhada de domingo foi também um lembrete da importância de proteger e celebrar essa herança cultural.
Como podemos agir?
Educar e aprender: Procure conhecer mais sobre religiões diferentes da sua. O desconhecido muitas vezes gera medo, e o conhecimento é a melhor forma de combatê-lo.
Denunciar: Não se cale diante de atos de intolerância. Denuncie práticas preconceituosas e incentive outros a fazerem o mesmo.
Apoiar eventos e movimentos: Participe de caminhadas, palestras e encontros inter-religiosos. Eles são oportunidades de aprendizado e troca de experiências.
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é uma oportunidade de nos unirmos em torno de um objetivo comum: construir um país onde o respeito seja a regra, não a exceção. Que a mensagem da 3ª Caminhada "Deus é de Todos" ecoe em nossos corações, inspirando ações concretas e transformadoras.
Afinal, Deus é de todos – e o amor também.
Axé, respeito e união sempre!
Dayana

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